quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sai do whatsapp. E vai dançar!



Mais alguém aqui também não consegue ficar parado? Minhas costas doem, eu tenho sono e tô escrevendo isso em plenas 9:55 da manhã sabendo que vou passar o dia fora de casa. Mas se eu pudesse dançar agora, eu dançaria.
Ontem (06/04) na faculdade foi bem assim. Eu quase dormindo nas aulas da tarde mas me mexendo horrores pra tentar ficar acordada até ouvir da miga do lado "Suzanna, se aquieta!". Eu não tenho culpa. Não tenho nada diagnosticado por médicos e tal (ainda) mas acho que sou um pouco hiperativa. Não dá pra ficar parada. Seja com sono, com fome, seja doente.. Não importa! Ficar parado simplesmente não é comigo.
Ainda ontem, depois da primeira aula, enquanto eu e umas amigas estávamos esperando a professora que iria falar sobre o estágio, todo mundo resolveu ficar dentro de uma sala. Daí eu percebi que todo mundo tava no seu respectivo celular (inclusive eu). Todo mundo junto e tão separados.
Que que eu fiz? Isso mesmo, chamei a miga do meu lado (a que eu sei que é tão doida quanto eu) e disse: "ei, sai desse celular, vamos dançar". E ela foi. E nós dançamos por uma hora. Beleza que quando a reunião de estágio começou estávamos suadas e fedidas. Mas estávamos felizes. E com umas trocentas calorias queimadas. Acho justo.
Eu sei que se conselhos fossem bons, a gente vendia, mas.. Se você pudesse acatar um conselho meu, eu diria mais ou menos isso: "Desligue-se e sinta o meio em que você está. Se der vontade de dançar, dance. Se der vontade de cantar, cante. Não se reprima por medo do que as pessoas vão pensar. Sai do whatsapp. Põe o celular no silencioso e coloca aquela música que mexa com você. Viva enquanto você ainda é jovem. Enquanto você ainda se sente jovem."
Tô me sentindo com sono agora, provavelmente vou precisar de um RedBull pra aguentar o dia inteiro, minhas costas ainda doem. Mas se eu pudesse dançar agora, eu ainda dançaria.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Na companhia do meu eu lírico



Vai me chamar de antissocial, certeza, se eu te disser que ultimamente eu não tenho tido vontade de ver ninguém. É a verdade. Sei que soa meio depressivo, meio Lana Del Rey, meio "queria estar morta". Mas você já parou pra analisar a qualidade da companhia de si mesmo?
Eu costumo zoar as pessoas dizendo "ah, nós te entendemos muito bem, eu e meu eu lírico" e parece uma piada boba, mas sabe aquelas coisas que você fala impulsivamente e acaba sendo uma verdade dita na brincadeira? Então, é isso. Eu e meu eu lírico nos entendemos, e muito bem, obrigada.
O esquisito é eu começar a preferir a nossa companhia do que a companhia de qualquer outra pessoa. Tipo, eu costumava adorar que amigos viessem me visitar, zoar, falar merda, esse tipo de coisa que amigos fazem. Mas, ultimamente, não. As pessoas, elas são muito cheias dos seus problemas e acabam dando mais importância pra eles do que deveriam.
Eu sei disso porque sou assim. Sempre fui de escrever rios sobre uma situação ruim e sobre uma situação mais bacana ficar sem saber o que escrever. Acho que sentimentos ruins rendem palavras, textos, noites sem dormir e uns quilos a menos, no meu caso. Já os sentimentos bons o que rendem? Não sei. De verdade. Não vamos analisar isso.
De volta pra minha relação de ego entre eu e meu eu lírico. Eu gosto de escrever, me sinto livre. Por mais que eu acabe postando em algum lugar ou mostrando os textos pra um desconhecido qualquer. Eu gosto. Parece que é uma das poucas coisas em que eu ainda posso confiar sem medo. Escrever. Dia desses eu esperei desesperadamente um amigo sair daqui de casa pra eu começar a escrever. Parece que me sufocava de alguma forma e eu tava quase gritando "SAI DAQUI, EU PRECISO ESCREVER". Eu sei que não seria muito legal da minha parte fazer isso, mas eu não tenho sido muito legal com as pessoas de qualquer forma. Hoje mesmo me disseram que eu era uma pessoa bem desagradável. Tá vendo por que é melhor escrever?
Eu sinto que tudo fica mais fácil quando eu escrevo. Tudo fica mais leve e eu consigo lidar com as coisas com mais racionalidade, ao invés de me utilizar dos impulsos incontroláveis e acabar estragando tudo. É mais fácil conviver com meu eu, ao invés de conviver com o eu dos outros. Você me entende? Às vezes você precisa dar um tempo no mundo. Deixar o problema do "eu" dos outros pra lá e começar (ou tentar) a resolver os seus.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A culpa é da música



Até um dia desses eu acreditava que ninguém ficava triste ouvindo hip hop. Esse, inclusive, foi um dos motivos que me fez ouvir mais esse tipo de música. Você pode ficar com raiva, mas triste você não fica.
Pelo menos é o que eu pensava. Hoje já não tenho tanta certeza. Você já ouviu Trust Issues do Drake? Mano! Que música é aquela? Já chorei horrores ouvindo aquilo. É até cômico ler isso, eu sei. Mas é verdade.
Não sei bem se é por conta da letra, da melodia, sei lá. Mas a carga emocional que essa música me traz é fora do normal. Eu fico pensando se não foi pela época que eu conheci essa música, pelas coisas que aconteceram. Eu acho que sim.
Eu costumava ouvir muita música chorosa mas não tava funcionando muito pra mim que já tava me acomodando no fundo do poço. Eu pensei que era as músicas, claro. É óbvio que o que me deixava triste eram essas músicas de bar.
Daí eu comecei a ouvir outros tipos de música que me traziam outras emoções. Hip hop sempre foi pra mim aquele tipo de música que você escuta quando quer mandar o mundo explodir e dizer pras pessoas que te enchem o saco que "I can't give a fuck about you or anything that you do" (numa tradução bonitinha diz "eu não me importo contigo ou com o que quer que você faça").
Os palavrões fazem toda a diferença nas músicas. Sei que tem gente que vai dizer que não, que é feio e tal. Mas, cara, aquela música com uma batida louca tem que ter um "fuck you, bitch" no meio, senão não dá aquele sentimento de estar se lixando pros outros. E esse sentimento é importante. A gente precisa dele pelo menos através das músicas pra tentar convencer seu subconsciente que você realmente não se importa, mesmo se importando pra caramba.
Além do hip hop, eu passei a ouvir muito funk também. E pode me julgar sim, mas funk é outro tipo de música que dificilmente tu vai ficar triste ouvindo. Se tu não dançar conforme a batida pelo menos vai achar a letra engraçada.
Essas letras engraçadas dos funks! Mano AHAHAHAHAHAHA Eu amo! Principalmente essas de passinho e ostentação. Vai dizer que tu nunca quis usar o troco do mercado e fazer voar as notas, na pura zoeira? O melhor som pra isso é o funk "Ostentação fora do normal". É algo pra rir mesmo. Você tá sem dinheiro, mas tá lá rindo fazendo piada com o troco do mercado.
Recentemente voltei a misturar mais meu repertório musical, ouvindo um pouco de tudo. Mas, não tem jeito, acabo voltando pro velho hip hop no fim das contas. Acho que é o meu ritmo. O som no qual eu danço, eu choro, eu dou risada e deixo tudo pra lá. Traz o meu melhor, meu pior e fuck the rest.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Desculpa, de novo



Maps
de Yeah Yeah Yeahs é uma música muito escrota. Mesmo que você não esteja necessariamente chorando um amor perdido, dá aquela vontade de se matar. Wait! They don't love you like I love you.. É de morrer. Imagina a situação de quem canta a música. A pessoa pede pra outra esperar e ainda diz que os outros não o amam como ela o ama. É lindo, mas é uma mendigagem de amor sem limites.
Sempre fui da teoria que se você tem que implorar alguma coisa pra alguém é porque não vale a pena. Seja amor, seja amizade, seja atenção. Se você tiver que implorar, tem alguma coisa errada. Acho que sempre numa relação, seja ela qual for, o sentimento tem que ser de graça. No momento em que você passa a cobrar o outro por alguma coisa, alguma coisa muito errada tá acontecendo.
Eu sempre fui a pessoa que mendiga atenção. Seja dos amigos, namorado, família. Sou daquelas bem dramáticas mesmo. Do tipo que sempre se desculpa depois que reclama por atenção porque acha que tá incomodando o outro. E na maioria das vezes estou mesmo.
Essa parada de se desculpar me lembrou um livro que li esse ano, A festa da insignificância de Milan Kundera. Lembro que em uma parte do livro um dos personagens comenta sobre a teoria dos desculpantes. Ele diz que existem pessoas que nascem se sentindo culpadas, e que se desculpam por tudo, mesmo que a culpa não seja necessariamente delas. Eu acho que sou uma desculpante de natureza. Acho não. Tenho certeza.
Esses dias tava numa dessas sessões de desculpa quando meu amigo em questão disse que eu não tinha feito nada mas que o simples fato de eu pedir desculpa o tempo todo deixava ele com ódio. Desculpante ou não, o fato é que eu ainda tenho receio de conversar com ele por achar que tô atrapalhando alguma coisa.
Quando eu canso de pedir desculpas e de implorar pela atenção de alguém, é a hora de sumir. O que eu sei que não faz muito sentido, porque, já que a pessoa não tá te dando a atenção que você quer, ela dificilmente vai sentir tua falta se por acaso você sumir. Mas o ato de sumir pra mim é mais algo pra me confortar. É tipo aquela coisa de pensar "some, some que quem sentir sua falta uma hora vem atrás". Uma idiotice, porque isso nunca acontece.
Você some, deleta a pessoa da sua agenda, do whats, do facebook se for um caso extremo. Mas se você for um desculpante como eu você acaba voltando. Pra saber como o outro tá. Pra saber se agora ele vai te dar atenção como você queria. Até perceber que nada mudou. E daí você some de novo. E vai percebendo que mesmo que o outro faça falta, de nada adianta querer tanto estar com alguém que não quer estar com você tanto assim.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Eu mudei



Caro você que está lendo isso, obrigada pela atenção. Sei que estive fora por algum tempo e sei que sempre prometo que vou voltar, mas a verdade é que eu não tenho certeza de quanto tempo eu vou ficar por aqui.
Só agora eu percebi que sou de extremos e só consigo escrever alguma coisa se estiver muito feliz, com muita raiva ou muito triste. Sempre nos "muitos". E isso foi uma decepção pra mim. Ver que o que me inspira está nos limites das minhas emoções e que fora disso e dentro da minha zona de conforto não tenho como produzir nada.
A verdade é que todo esse tempo em que estive fora estive no meio termo. Não muito feliz, não muito triste, apenas seguindo a mesmice que a nova rotina tem me proporcionado. E foi toda essa mesmice que me mudou.
Se você ainda está lendo isso, obrigada pela atenção novamente. Na verdade, deveria escrever em cada linha um "obrigada" simplesmente por ter para quem escrever já que isso tem ficado cada vez mais complicado nos últimos dias.
Como eu estava dizendo, eu percebi que tenho mudado. Não só porque a rotina me fez mudar. Tudo ao meu redor tá me fazendo mudar. A faculdade, o estágio, as pessoas com quem convivo, a convivência comigo mesma, as pessoas que considerei amigas um dia. Tudo tem contribuído pra construir essa nova pessoa que tenho me tornado.
Não sei dizer exatamente o que tem sido bom ou ruim pra mim. Decidi escrever esse texto justamente pra tentar olhar pras linhas e tentar encontrar meu novo eu.
É bem verdade que eu tenho parado de tentar. Comecei a ver que tudo o que tenho feito até agora é ter tentado. Tento dar razões às pessoas pra ficarem, tento construir em mim uma pessoa melhor, tento não desistir de continuar tentando.
Mas o que eu percebi é que não importa o quanto você tente, não depende só de você. Depende de coisas e pessoas que você não pode controlar. Esses últimos meses têm sido bem estranhos, mas eu tenho me esforçado. A culpa nem é de como minha vida tá, mas de como eu estou.
Sabe quando você não sabe bem por que tá fazendo tudo isso? Cara, o mundo acaba amanhã e eu tô aqui sem saber porque o dia de hoje valeu a pena. Como eu disse no começo, não sei por quanto tempo vou ficar por aqui. Mas a verdade é que ninguém sabe. E talvez, apenas talvez, fosse por justamente por isso que eu devesse continuar tentando. Pra saber o que vem depois, pra saber se vale a pena.